segunda-feira, 13 de maio de 2013



     PARA AGIR CERTO É PRECISO COMPREENDER A REALIDADE DO CONTEXTO

Tudo a está a correr conforme previsto. Para o Governo, trata-se de criar condições para a implementação das exigências da Troika para esta "sacar" o seu, agindo aquele nos moldes de fidelidade de um felino que acata "his master's voice" à espera de umas migalhas que lhe possa cair no chão . A política musculada com recheio de lágrimas de crocodilo é para o desgraçado português.
Os comentadores da pacotilha (não obstante serem inteligentes) acenam-nos com insinuações de que as medidas drásticas revelam falta de "sensibilidade" perante os problemas. Mas quem acredita nesta falsidade?  Caso assim fosse, já há muito ter-se-ia reapreciado o alcance do famigerado empréstimo. Nada impede que o Governo assim procedesse, já que é certo e seguro que Portugal jamais ficaria decapitado por falta de apoio da troika. Se países como a Grécia e Chipre, que vegetam em condições bem piores que o nosso  não caíram, alguém com dois dedos de compreensão acredita que Portugal alguma vez cairia, por falta de confiança do exterior e dos parceiros europeus? Seguramente que não. A Troika não se pode dar ao luxo de deixar cair a zona euro, porque seria a sua desagregação. Estamos pois conversados nesta matéria.
Uma outra questão que é preciso desmistificar é a de " divergências" na coligação governamental ou que esta está por um triz. gera-se assim a expectativa de que o fruto está prestes a cair de podre. O fruto poderá ser colhido e lançado para o chão, mas que ele não está podre, ah! isto é que ele não está. Se assim fosse, o PP, depois de tudo quanto disse pela boca do Paulo Portas, jamais  aceitaria a proposta que hoje foi levada pelo Ministro Gaspar a Bruxelas : a manutenção da proposta do Governo na questão de descontos nas reformas e pensões, admitindo ser todavia facultativa ! Se é facultativa, pode vir a ser aplicada e esta possibilidade o PP engole, com todo o fôlego de um camaleão, desconhecendo-se apenas quando deitará a língua para fora. E por hoje basta.            

domingo, 12 de maio de 2013

Os Portugueses já não podem ser governados por farsas

           

                OS PORTUGUESES JÁ NÃO PODEM SER GOVERNADOS POR FARSAS

Já não é possível aturar os sorrisos de ficção dos nossos governantes ante a situação de crescente inquietação que nos vai afectando dia a dia. Já ninguém acredita na saúde de um Executivo onde os seus membros se contradizem, para logo a seguir virem dizer que não é bem assim e que a contradição é mais aparente que real, para num momento posterior vir a ser adoptada a mesma medida,sendo reconhecida com  despudor como aceitável, pelo mesmo membro governamental que anteriormente a criticou.
Tenho presente o célebre anúncio da semana passada em que o 1º Ministro anunciou o corte de 10% nas pensões e reformas, como via para reduzir a despesa do Estado. Está mais que visto que tal atitude musculada foi para contentar a Troika que se encontrava em Portugal para finalizar a 7ª tranche do empréstimo. Porém, Paulo Portas, numa manifestação de solidariedade, veio logo a seguir, no dia seguinte a contrariar o anunciado por Passos Coelho dizendo que esta era uma fronteira que não deixaria passar, Porque? Para assegurar, presumivelmente sob o padrão aparente do sentido ético da democracia cristã, a sobrevivência dos reformados, daqueles que davam guarida aos filhos desempregados ou sofridos com o baixo salário, neste tempo da crise.
Houve quem assegurasse que esta atitude do Paulo Portas fosse o resultado de uma prévia combinação com o 1º Ministro, quanto mais não fosse para alimentar a doentia expectativa de que a coligação governamental estaria por um triz, e que a queda deste governo, autor de medidas famigeradas estaria iminente. Devo dizer a este propósito e neste aspecto, que as pessoas se enganam porque querem. Se na verdade o CDS/PP quisesse ser intérprete da perspectiva cristã da democracia que diz defender, já tinha saído há tempos do governo rompendo com a coligação, precisamente pela desumanidade de medidas que este governo tem tomado, gerando um desemprego cada vez mais crescente, chegando a cerca de 1.000.000, e que o próprio Ministro de Finanças Gaspar garante irá crescer ainda mais, gerando sofrimento, desespero, e miséria também crescente.
Bem vistas as coisas, a responsabilidade real deste desastre político, mais do que do PSD - partido mais votado - acaba por ser do CDS, que deu e continua a dar vida a esta malfadada governação.
Mas a farsa não termina aqui. Como o Ministro Gaspar tem de ir amanhã, 13 de Maio, a Bruxelas para dar garantias à Troika, vai daí, o 1º Ministro convoca hoje Domingo à tarde um Conselho de Ministros extraordinário para afinal "ajustar" o seu dito pelo não do Paulo Portas. Chegam a esta sibilina  conclusão: O Conselho mantém o corte dos 10% mas admite não aplicá-lo. Será que a troika ficará satisfeita? Seguramente que sim, pois tudo está combinado: daqui a uns dias, e se houver passividade dos portugueses,  o Governo aplicará a medida. Há pois que resistir mais do que nunca.
A medida está inquinada de inconstitucionalidade. Acompanhando Jorge Miranda, direi que não se trata apenas de uma medida iniqua como reveste-se de uma verdadeira extorsão.