quarta-feira, 26 de junho de 2013

PORQUE NÃO REAGE O POVO



                                      PORQUE NÃO REAGE O POVO

Depois do Executivo ter produzido tanta agrura e injustiça social, depois de dar mostras de total desapego à situação económica deplorável a que tem sujeitado a inteira sociedade portuguesa, depois de sistemáticas vendas de parcelas de soberania, e de persistentemente fustigado com com meddas e promessas inconsistentes e eivadas de pantominice,  continuando o desemprego cada vez mais crescente, com fábricas, lojas e estabelecimentos comerciais e industriais a sucumbirem em falências e insolvências, com protestos que não param pese embora crescentes, a verdade é que o "clic" não dá sinais de aparecer.
O que se passa? O recente caso do Brasil, deitando por terra a farsa da democracia mitigada, os sambinhas e sei que mais, soa ainda amiúde para demonstrar que haverá seguramente um ponto de ruptura, um limite. É fundamental que se perca a desconfiança, não tanto o medo. Na verdade, será sempre possível interrogar.
Com outro Governo? Que Governo? Que garantias poderá o PS, o maior governo de oposição dar nesta matéria? A resposta até agora é nula. O Seguro, depois de assumir que há divergências com o PCP e o BE, sem nada contribuir para esbater essa diferença, vem solicitar uma maioria absoluta, pretendendo com isso ~descartara possibilidade de encontrar vias de governação com partidos de esquerda. Sucede porém, que não se pronunciou ainda sobre a hipótese de ganhar as eleições legislativas sem maioria. Então, sem uma maioria absoluta, com quem pretende governar. O receio de que vem a acolitar-se com o PP/CDS, leva a que se tomem todas as cautelas e não vá o diabo tecê-las. Pode por isso o Seguro, vociferar como entende e muito poderá então acontecer sem que a solução passe pela vitória do PS - claro, enquanto este não assegurar a inexistência de uma reserva mental. 
A resistência activa ocorrerá quando o povo assim o entender.                     

MÁRIO SOARES e A SUA RECOMENDAÇÃO

MÁRIO SOARES e A SUA RECOMENDAÇÃO A Democracia não pode olvidar o quanto Mário Soares contribuiu pela positiva para a sua implementação em Portugal. Desde o seu histórico antifascista, a sua actividade forense e a defesa que empreendeu em prol de presos políticos no regime salazarista, o "Portugal Amordaçado", as posições inequívocamente assumidas em defesa de liberdade e os 1ºs tempos do 25 de Abril, não deixam margem de dúvida sobre a sua formação ética, então evidenciada em questão política. Mas, a consistência desta postura viria paulatinamente a ser posta em causa, à medida da progressão do processo democrático nomeadamente, como o comportamento desconsertado no notório comício da Alameda, ou na apressada integração na CEE sem assegurar os interesses básicos dos valores da economia do país, nomeadamente em sede da agricultura e da indústria, ou num apoio implícito à trama do 25 de Novembro, apadrinhado pelo Grupo dos Nove, sob a capa de que assim defendia a democracia, hoje virada neo-liberal. Mario Soares vem atempo para redefinir a sua própria postura e assegurar o lugar na história a que tem jus. Mais uma vez, e agora terminalmente, terá que se definir. Ao criticar azedamente o actual Executivo, cuja demissão reclama, secundando seguramente um Governo futuro socialista, em homenagem ao seu passado, tem de definir, qual o entendimento de um genuíno governo democrático, e que em nada pareça com com o vetusto Bloco Central de má memória. António Bernardo Colaço