quinta-feira, 2 de julho de 2015

O CAMINHO DA GRÉCIA - A EUROPA QUER-SE SOLIDÁRIA





                                              O CAMINHO DA GRÉCIA


Grécia não pagou ontem como devia, porque não podia ou não tinha, milhões de euros  (penso que 13 mil milhões)  à  FMI. O que se está a passar deixa um cidadão minimamente atento ao que se passa à sua volta, simplesmente atónito. Em causa está à partida a Europa de Solidariedade com que a CEE primeiro e a UE depois, brindou os países. Não quero com isto significar que não terão ocorrido benefícios relativamente ao estilo de vida em alguns países pouco habituados a uma vida direi "à europeia". Eram territórios, como Portugal, Grécia, Irlanda, economicamente debilitados que devido aos iniciais fundos estruturais que iam recebendo aparentaram à primeira vista melhorar o nível da vida das pessoas desses países. Veio depois a Zona Euro, com o seu condicionamento económico. Óbvio é que a UE sendo composta de países de economias fortes - tipo Alemanha, eventualmente França, Suécia  e alguns outros, prontificaram-se para ajudar os mais débeis, em nome da solidariedade. Ficou difundido que era necessário abrir o mercado - o mercado livre - de modo que produtos de certos países pudessem entrar e ser comercializados  outros, apesar de nesses, se produzirem também o mesmo tipo de produto. Lembro-me por exemplo que até se chegou a pagar aos agricultores em Portugal, para não produzir tomate, porque um outro país da Comunidade tinha uma produção excedentária. Vem isto apenas a título de exemplo, para explicar que o pensamento, a nervura e a normativação de como se processavam as coisas em matéria de produção e venda. DE tudo isto resultou que os países de economias mais fortes precisavam de escoar a sua produção e sujeitar os países de economias debilitadas a esta situação de sujeição. Porém, este negócio, com o andar dos tempos, já não se cingia a produtos agrícolas ou de pequena indústria; já abrangia a industria de peso. Portugal havia de comprar 2 submarinos (neste momento ao que consta, um está parado, porque só a sua manutenção custa à volta de 5 milhões de euros), e a GRÉCIA terá sido obrigada a adquirir cerca de 5 (para não dizer mais) submarinos, tudo fabricado na Alemanha, isto segundo a denúncia do Deputado Alemão Cohen-Bendit - o tal de maio68 em França.
Contudo, apesar das dificuldades económicas, não havia problemas pois que as instituições internacionais e europeias, estavam na disposição de fazer empréstimos. as instituições são o Fundo Monetário internacional -FMI; o Banco Central Europeu -BCE e a Comissão Europeia CE - agrupamento este que conhecido como Troika, tem a economia portuguesa nas mãos, gerando e gerindo a crise em que o país está.  
Mas voltemos à Grécia, onde o Syriza, uma formação política de esquerda  ganhou as eleições e bateu o pé denunciando a tramoia em que laborava a UE e a Zona Euro. Nota: Repare-se que não se trata aqui de por em causa os atributos positivos ou a ideia de uma Europa Unida ou mesmo da Zona Euro. O que se expõe é a forma como ela tem funcionado pondo em causa precisamente os valores que diz defender e respeitar.
Do que é divulgado nos noticiários, o governo grego que renegociar a dívida. A Syriza ganhou as eleições devido ao seu programa social que quer levar avante. O povo grego vive em grande dificuldade, talvez até com mais dificuldade que o português. Grécia demonstrou que a situação quase indigente a que tinha chegado teve como causa fundamental a mancomunação da Troika (que também opera na Grécia) com o governo anterior. Como para cumprir o seu compromisso eleitoral marcadamente de raiz social não podia ser conciliado em toda a sua linha com o cumprimento de prazos de pagamento, eis que tem vindo a solicitar tolerância, sobretudo em nome da apregoada Solidariedade. E AQUI A PORCA TORCE O RABO.
A Troika era até capaz de condescender caso fosse um governo do tipo que perdeu as eleições. Mas a UE não quer a Syriza, e age como age, para servir de exemplo a outros partidos do tipo Syriza  (caso do PODEMOS Espanhol). Todavia encontra-se numa situação dilemática pois a eventual saída da Grécia do seio da UE ou da Zona Euro é de consequências imprevisíveis. Bem custou à UE manter um quase secretismo quando a ISLÂNDIA simplesmente não pagou o empréstiomo. Mas agora a situação repete-se e pode extravasar par outros campos e países. Daí as formas enviesadas, não menos eivados de posições de instabilidade emocional ou insegurança cultural,  como o Junker dizer que a sua preocupação não é a Grécia mas a situação dos gregos quando estes se v~em obrigados a tirarapenas 60€/dia, para logo a seguir a Lagarde dizer que só pode tratar de assuntos com adultos, quando o dirigente de cabelos- caracóis, (cujo nome me escapa) mais parece um menino de coro ou a repetir"his master's voice) quando primeiro sustentou que o referendo era de pouca valia e agora vem dizer que aguarda os eu resultado, e quando todos em uníssono tentam tudo por tudo forçar com ameaças para condicionar um referendo "favorável" a uma 3º resgate que a Troika - agora denominada CREDORES" estão mortinhos para dar, assim tornando a vida dos gregos ainda mais insuportável, é simplesmente de lamentar. Para que a UE saia de cara lavada, era mister aceder a ampliar o prazo de pagamento e apoiar sem encargo para os gregos nas suas dificuldades.
Essa é que seria a EUROPA SOLIDÁRIA.SERÁ?