quarta-feira, 1 de agosto de 2018

O RETORNO - O Mundo dos Homens e das Coisas.


Cá estou, decorrido mais de um ano sobre a minha última intervenção. As pessoas que por vezes me honram passando uma vista sobre "para saber se o Colaço escreveu algo" poderão ter dado pela ausência - mas, provavelmente nada se perdeu. Com efeito o mundo foi girando, e a vida foi "acontecendo" com os seus pulsões. Mas confesso - muita coisa de importante sucedeu  - à margem deste blog, marcando o ritmo da realidade, por vezes instável, mas sempre em equilíbrio.
Penso que é indiferente conhecer as motivações deste meu interregno; significativo é que tenha retomado a actividade no blog - todavia, sem a garantia de que não possa em qualquer altura, mais uma vez, interrompê-lo e retomá-lo de seguida. A probabilidade é enorme pois tenho em mão um projecto pessoal de alcance familiar com termo previsto para o mês de Outubro E pronto.
FACTOS EM REVISTA (para eventual recordação): Relacionarei sem preocupação cronológica -mas apenas para que fique em registo o que me ocorre nesta data, assim de rompante, sem óbvio reconhecimento da importância de outros, que não vão mencionados simplesmente porque não me ocorrem de momento (também não posso esperar pelo despertar da memória pois então correria o risco de se tratar de um trabalho sem fim): - as vítimas  dos incêndios florestais, nomeadamente em Pedrogão - Grande em Junho de 2017 (falta de uma política florestal de conservação) a que acrescentarei agora a mais recente tragédia na Grécia em 21 de Julho de 2018; - os mini tsunamis em Minorca (e Mallorca) (17.07) - onde Deolinda , António e eu estivemos 2 semanas antes - (alterações climáticas); - a situação do povo Rohinyas - Myanmar (problema de intolerância religiosa e de minorias  étnicas e o compromisso politico ideológico de dirigentes tidos por prestigiados - prémio Nobel - como Aung Suu perante o militarismo);  - o heróico salvamento e não menos heróico endurance dos 13 enclausurados na gruta Tham Luang - Tailândia - (a solidariedade, o sacrifício e o engenho humano); o encontro Kim (coreia do Norte) e Trump (USA) na previsão de um desanuviamento nuclear ( tradicionais inimigos) a que acrescentaria o retorno à conflitualidade neste campo entre USA e o Irão, no contexto de uma política anti-Obama no sentido do empenho do Trump em desfazer tudo o que de positivo Obama havia alcançado; o prosseguimento da política de Israel, como um autêntico rogue - country no que é apoiado pelo Trump (tendo em conta a mais recente proeza deste em tentar reinstalar a Embaixada de USA para Jerusalém) e a insólita qualificação pelo Parlamento Israelita em reconhecer Israel como um Estado Judeu - uma posição à qual havia sido dada força jurídica pelo Tribunal Supremo desse mesmo país;  o centenário de Nelson Mandela e o bicentenário de Karl Marx (a mera referência diz tudo) e para finalizar, a menção à decisão de duvidosa força jurídica (não afastando a eventualidade de  um quid de ingrediente político) de enviar (desaforamento) para Angola o processo crime onde é arguido o Vice Presidente deste pais, sobretudo quando esse país se recusava sistematicamente a cumprir o requisito processual de notificação. Haveria porventura mais items a assinalar, mas este referencial parece-me suficiente para a localização das coisas no tempo e lugar.
Não queria dar este post por terminado sem chamar atenção a uns aspectos que me parecem pertinentes: i) O conflito, israelo - palestiniano, é o núcleo de desencanto e o ponto onde se centra a descrença nas instituições nomeadamente internacionais para a tão almejada paz e solidariedade. A ONU tem de sair do seu "assobiar para o lado" quando as suas Resoluções são descaradamente desrespeitadas por parte de Israel deixando que este país vá ocupando sistematicamente espaços da terra palestina à base dos "colonatos" pactuando com a vitimização de Israel quando os palestinianos reivindicam a sua terra! A ONU tem de exigir o respeito que lhe é devido  e enviar para já os Capacetes Azuis para por ordem no local. Por outro lado, se é que se pretende a criação de dois Estados é fundamental que a OLP e o Hamas ponham de  parte as divergências tendo em conta que a generalidade dos palestinianos prefere viver,  não morrendo num contexto de uma rivalidade interna e de uma conflitualidade desorganizada, (esta é aliás a triste sina dos países pobres como India/Paquistão, ou aqueles onde se mata e se aniquila em nome da religião  e alguns países africanos onde organizações se digladiam e muitos governos pactuam com a violência e a miséria dos seus próprios habitantes, sujeitando-os a um enquadramento quase esquizofrénico de reivindicações, onde  uma nesga de terra, muitas vezes improdutiva  parece ter passado a valer mais que milhares de vida humana. Não se veja neste meu desabafo o propósito de pactuar com ocupações ou dominações territoriais, mas o de alcançar vias de reivindicação adotando-se metodologias sustentáveis. A outra questão prende-se com a trampa que o Trump anda a fazer, acalentando cada vez mais o "dito por não dito", rasgando acordos e lançando instabilidade porventura daí saindo apenas o incremento e aumento da sua fortuna. E por cá fico.