domingo, 22 de novembro de 2015

AS POSIÇÕES DO 1º MINISTRO PASSOS COELHO (a entrevista à RTP em particular -20.11.2015)


Enquanto o Presidente da República, entendeu por bem aguardar um tempo para empossar um governo credível, estável e duradouro por uma legislatura, nomeou o representante do partido mais votado - Dr. Passos Coelho - como 1º Ministro, para gerir as coisas do governo.
     É sabido que a "questão" parlamentar assenta hoje, aqui e agora, na validação de uma política da DIREITA ou da ESQUERDA. Por mais voltas que se queira dar ao resultado eleitoral do dia 04 de Outubro, a dimensão da questão em causa, é simplesmente incontornável. E a realidade parlamentar, saída dessa votação resume-se ao seguinte - há uma maioria da esquerda na Assembleia da República. A rejeição do programa da coligação PSD/PP, e mais recentemente a aprovação do projecto  no sentido do instituto de adopção ser reconhecido aos casais homossexuais é a demonstração de que a direita já não domina o Parlamento.
Então qual a razão da quezília o do Dr. Passos Coelho - estou neste ponto a referir o leader do PSP e não o 1º Ministro - quase à semelhança de um menino betinho a acenar o PS com a ameaça de olhe se precisar de mim, não venha pedir batatinhas; para merecer esse apoio Dr. António Costa terá primeiro que pedir desculpa ao povo português. À parte a presunção desta postura, que chega ao paroxismo de sugerir uma alteração constitucional para ver quem ganha em novas eleições, Passos Coelho parece nutrir uma visão algo provinciana (sem prejuízo de todo o respeito que uma pessoa da província me merece) da política.  Se por mera hipótese e nessa altura António Costa não pedisse perdão, como procederia o PSD? Faria um sistemático boicote às iniciativas do PS (ou do BE ou da CDU) mesmo quando essas fossem no interesse do povo? E neste caso, onde ficaria a tão apregoada preocupação do PSD com a situação dos portugueses?
O Presidente da Republica estará quase a pronunciar-se sobre esta magna "questão". Para quem conhece a sua personalidade política, penso que o prolongamento no tempo ouvindo as diversas entidades, não deve ser confundido com o adiamento da solução. Terá, isso sim, querido obter o maior número de argumentos para justificar a solução a adoptar. É conhecida a sua vertente anti- esquerda. Caso opte por dar posse a António Costa, serão muitos sapos que sentira na garganta, mas salvaguardará nesta sua recta final da sua vida política o prestígio de um Presidente, qualificação que lhe tem faltado, particularmente nestes últimos tempos da sua magistratura. Se assim não for, então fará jus à avaliação deficitácia de que tem desfrutado.

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